quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Koshary ou Kushari

O nome soa estranho aqui no Brasil, mas esse é hoje o mais popular prato do Egito, um verdadeiro fast food com gostinho de confort food. A maioria das pessoas aceita que é um prato que veio junto com os colonizadores imperialistas ingleses, que trouxeram o prato da Índia e que foi sendo adaptado ao gosto egípcio, ou melhor, foi sendo adaptado conforme o que o egípcio tinha à mão. Trata-se de uma comida que mistura arroz, lentilhas, macarrão (espere, tem mais carboidrato), grão-de-bico cozido e é coberto por um molho de tomate ácido e picante e muita cebola caramelizada ou cebola queimada em tradução livre do árabe. Lendo isso parece que a coisa não vai dar certo, mas é muito gostoso e quase viciante.
O que ocorreu é que a comida indiana que misturava arroz e lentilhas apimentados, foram juntadas comidas do dia-a-dia. Há quem use o que sobrou: arroz com aletria , megadara, grão de bico cozido com especiarias, etc. ou se pode cozinhar tudo especialmente para fazer o prato. Eu particularmente faço o megadara como base, mas vou passar a receita tradicional.
Dito isto, vamos à receita:
1 xícara de arroz lavado
1 xícara de lentilhas marrons lavadas e demolhadas para ficarem macias e mais rápidas de cozinhar.
1 xícara de grão-de-bico lavadas e demolhadas para ficarem macias e mais rápidas de cozinhar.
meio pacote de macarrão (padre nosso e o serpentini ou espiral são os tradicionalmente usados, mas pode ser também o fusili)
2 latas de tomates em conserva inteiros (o pessoal em casa gosta de por muito molho, mas pode ser somente 1 lata grande)
2 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
7 dentes de alho amassados
sal, cominho em pó, coentro em pó, pimenta-do-reino em pó a gosto
1/2 colher de café de pimenta caiena em pó ou outra pimenta potente.
2 cebolas grandes em rodelas médias misturadas com 1 colher rasa de açúcar ainda cruas.
1 cebola pequena picadinha
azeite ou óleo vegetal o quanto baste.

 O prato é feito em algumas etapas:
-refogue meia colher de alho com a cebola picada no azeite, junte a lentilha. Tempere com sal, pimenta do reino e 1 colher de chá de cominho (pode usar menos se preferir), cubra com água e deixe cozinhar até ficar al dente. Se necessário, vá pingando água até cozinhar. Junte o arroz e coloque aproximadamente 2 xícaras de água quente. Deixe cozinhar até o arroz ficar pronto. Reserve.
-enquanto faz o processo acima, em outra panela coloque água com sal e cozinhe o macarrão normalmente. Escorra a água e reserve o macarrão.
-leve o grão-de-bico para cozinhar em água e sal e  um pouco de cominho. Escorra. É opcional, mas para quem gosta, pode misturar um pouco de alho amassado e reserve.
-faça o molho de tomate: refoque o restante do alho no azeite e antes de dourar, junte os tomates em lata picados, o vinagre, 1 colher de chá de cominho, 1/2 colher de café de coentro em pó, a pimenta caiena e sal. Junte um pouco de água e deixe apurar até ficar em consistência de molho de tomates para uma macarronada, meio grossinho. Reserve depois de pronto.
-refogue a cebola no azeite (uma quantidade generosa, sem ser de imersão) para que as cebolas fiquem queimadinhas, meio amarronzadas.
Montagem: numa tigela, coloque uma porção do arroz com lentilhas (cerca de 1 xícara de chá), uma porção de macarrão, um punhado de grão-de-bico, um pouco de molho (à gosto) e um punhado de cebolas. Sirva quente ou em temperatura ambiente. Acompanha bem uma salada verde ou um fatuche.

Foto para ilustração retirada do site: http://www.sweetmothertobe.com

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Japchae (macarrão celofane coreano com legumes e carne/sweet potato starch noodles stir fried with vegetables and meat)

Este é um prato coreano fácil de fazer e sem a típica ardência. Ele é serviço como acompanhamento (junto com o famoso Bulgogui) ou como uma refeição leve e fria, acompanhado de kimchi. Aqui nem dá tempo de esfriar, comemos morno.
Ingredientes:
1 pacote de Dangmyeon (korean sweet potatoe starch noodle) é um macarrão transparente, meio acinzentado, parece o usado para harussami.
água para o cozimento.
400 g de carne fatiada fininha (patinho) + 1 dente de alho amassado ou picado, 4 colheres de sopa de shoyu, 1 colher de chá de açúcar, 1/2 colher de café de sal, 2 colheres de sopa de óleo de gergelim, tudo misturado antes de preparar o prato. Se for de véspera, o tempero fica melhor.
1 cenoura grande cortada em julienne
1 cebola grande cortada em tirinhas
1 pimentão vermelho e um verde em tirinhas finas
1 maço de horenso branqueado, espremido, cortado em pedaços de aproximadamente 2 dedos e temperado com 1 fio de shoyu e 1 colher de sopa de óleo de gergelim
250 g de cogumelos fatiados (qualquer tipo, mas os mais usados são Paris, shimeji, shiitake ou enoki, frescos e limpos escolha um ou mais; há um tipo de cogumelo coreano que eles usam também, mas não sei o nome).
temperos:
shoyu o quanto baste
óleo de gergelim
óleo de canola
sal
pimenta-do-reino
gergelim branco tostado e um pouco de gergelim preto tostado

Comece temperando a carne e reserve.
Cozinhe o macarrão em bastante água fervente. Apesar de parecer o harussami, ele demora para cozer e ficar macio, comparando as duas massas. Escorra a água. Corte grosseiramente o macarrão com uma tesoura. Mais ou menos para ficar com 6~8 cm. Tempere com shoyu até ficar cor de caramelo e junte umas 2 colheres de sopa de óleo de gergelim por montinho de macarrão usado (ele vem em feixes). Reserve.
Aqueça uma panela wook, coloque o óleo de canola (2 colheres) e refogue a carne rapidamente. Acrescente os cogumelos e refogue até ficarem macios. Acerte o tempero. Junte ao macarrão, misture e coloque os ingredientes numa travessa. Agora vamos refogar os vegetais separadamente e acrescentar ao macarrão.
Na mesma panela, coloque mais óleo e refogue a cenoura até ficar macia e os pimentões. Tempere com sal, pimenta e um pouco de shoyu. Junte ao macarrão e misture. Reserve.
Frite a cebola até começar a murchar. Junte ao macarrão, acrescente também o horenso preparado, misture. Acerte o tempero. O sabor do óleo de gergelim deve ficar pronunciado. Salpique os gergelins e sirva.
Há quem coloque também uma omelete cortada em tirinhas.
Caso não coma carne, ela pode ser retirada sem problemas já que temos os cogumelos.
Enjoy!



terça-feira, 4 de março de 2014

Yakinasu com sumisô e goma

Esse nome todo é berinjela frita ou grelhada com molho de missô agridoce e gergelim e é um descritivo, pois esse prato tem um nome próprio que eu não sei e minha mãe não lembra. Então quem souber, agradeço a informação.
É simples e é ótimo acompanhamento para um niguiri simples e quentinhos.
Ingredientes:
2 berinjelas médias em fatias de aproximadamente 0,5~0,7 cm. Eu prefiro cortar no comprimento.
3 colheres de sopa de missô
óleo para fritar ou grelhar
1 e 1/2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de vinagre
1 colher de sopa de mirim (opcional, vai ficar mais doce)
gergelim negro torrado a gosto.


Tem pessoas que fritam em imersão as tiras de berinjela. Eu faço mais light, untando uma chapa e grelhando até dourar. Reserve.
Faça o sumissô:
Misture o missô, açúcar, vinagre e o mirim até dissolver bem o açúcar.
Depois basta passar sobre as berinjelas o molho e salpicar o gergelim. Sirva frio, acompanhado com um bolinho oniguiri ou simplesmente com arroz branco.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Pizza homemade!

Não fica igual à pizza feita em forno a lenha, porque eu não tenho forno a lenha, mas quem tiver um pode testar que vai ficar igual da pizzaria.
Desde criança minha mãe faz pizzas em casa por ser um prato barato, fácil e todo mundo gosta. Com os anos ela foi aprendendo uns truques, como assar no assoalho do forno para ficar tostadinha no fundo da pizza. De resto, é como fazer um pão com recheio em cima.
Massa:
50ml de água morna
1 colher de sopa de açúcar
1 envelope de fermento biológico ou 2 tabletes de fermento fresco para pão
5 xícaras de chá de farinha peneirada comum
150ml de água
1 colher rasa de café de sal
5 colheres de sopa de azeite de oliva ou óleo vegetal de sua preferência.

Primeiro prepare o fermento: misture 50ml de água morna, o açúcar e dissolva bem o fermento. Tampe com pano de prato ou filme plástico e deixe crescer até ficar cheio de bolhas (uma meia hora em dia de temperatura mediana, 40´ em dias frios).
Junte o resto dos ingredientes na ordem, fazendo um buraco na farinha e colocando os ingredientes. Misture e termine sovando até ficar lisa e homogênea.
Deixe descansar coberta de novo até dobrar de volume.
Em casa essa receita rende 4 redondas de massa fina. Depende do gosto de cada um a quantia que vai render. Abra a massa, coloque em assadeira untada com óleo. Faça furos sem exageros com um garfo para a massa não crescer e virar um pão grosso. Coloque o molho:

1 dente de alho amassado
1 cebola pequena picada fina ou ralada
4 tomates grandes picados
1 pitada de açúcar
azeite de oliva
sal e pimenta a gosto
orégano ou manjericão para aromatizar.

Refogue o alho e a cebola no azeite até murchar e ficar transparente. Junte os tomates e refogue bem até começarem a desmanchar. Se ficar muito seco coloque um pouquinho de água, mas tem de ficar um molho grosso. Acerte a acidez com o açúcar e acrescente o resto dos temperos. Deixe esfriar para usar.

Cubra com uma boa muzzarela, orégano ou outro recheio e leve ao forno quente pré-aquecido.
Quando a borda estiver cozida, mas branca, passe a assadeira para o assoalho do forno para ficar dourada no fundo. Se esperar dourar o fundo da pizza na grelha, a pizza fica seca e passa do ponto.
Cuidado para não queimar, pois o assoalho é super quente. Fique de olho na pizza.
Eu gosto também de fazer um refogado de berinjela com alho, cebola e tomates, coberto com queijo e depois de assado, cada um joga um tanto de alho torradinho em cima da sua fatia.
Enjoy!



domingo, 1 de dezembro de 2013

Mexidão à moda japonesa

Como este blog é um caderno de receitas virtual meu, vou postar essa "receita" que experimentei outro dia e deu certo, para não esquecer. Não tem nome que eu saiba e nem conheço algum prato japonês parecido, é simplesmente um mexidão feito com ingredientes japoneses. Um arroz que pode ser comido sozinho ou com alguma "mistura".
Domingo à noite é horário de preguiça em casa. Não cozinho a não ser que seja uma ocasião especial. Pedimos comida pronta ou comemos o resto do almoço. Noutro dia não tinha sobra de almoço, somente arroz branco do dia anterior.
Fui buscar nos armários e geladeira alguma coisa para fazer rápido e brilhou a idéia. Quem quiser pode usar outros ingredientes e se der certo, me conte sua versão para eu experimentar também.

-arroz cozido (usei umas 4 xícaras)
-4 ovos
-1 aguê (tofu frito) picado
-1 punhado de wakame seco (aproximadamente 1/2 xícara de chá)
- hondashi
- shoyu
- açúcar
- sal
- pimenta do reino moída
- cebolinha verde picada

Leve o wakame ao fogo com 1 xícara de água, 1/2 colher de café ou menos de hondashi, uma pitada de açúcar e cozinhe até a alga ficar macia. Reserve.
Bata os ovos com sal e pimenta e jogue sobre o arroz na panela com óleo para refogar e misture. Ligue o fogo e vá mexendo de baixo para cima, com espátula de silicone ou colher de pau até ficar dourado, os grãos cobertos pelo ovo (ou faça um ovo mexido e jogue o arroz por cima, como fez minha mãe outro dia).
Junte o wakame (se sobrou um pouquinho de caldo, pode jogar também porque ele ficou com o umame da alga), o tofu, um fio de shoyu e teste se o sal está bom. Minha receita pára aqui, porque os ingredientes acabaram, mas se tiver tirinhas de peito de peru ou presunto, kani desfiado, resto de kimpira gobô (refogado de bardana japonês), um pedado de kamaboku picado, etc. podem incrementar o prato.
Polvilhe a cebolinha e mate a fome.
PS: vou copiar a Marisa Ono e classificar este aqui como "cozinha do desespero".

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Hamburger

Eu não sei se sou muito enjoada, mas não suporto hamburgueres industrializados desde que aprendi com o Luiz Paulo a fazer em casa. Não só o sabor e textura não me agradam, como já se falou por todas as mídias o quanto de gorduras, sal e outras cositas mais eles têm em sua composição que fazem mal à saúde.

Fazer em casa é fácil, só precisa modelar e grelhar. Sou purista em se tratando de certas coisas, hamburgueres são umas delas (e sushi, detesto sushi com cream cheese!). Tem de ser carne de boa qualidade moída e só. OK, confesso que eu faço uma receita com vegetais no meio para enganar o filhote e fazer ele comer legumes também, posto futuramente.

Gosto de maminha porque é um corte que já tem a gordura na medida certa na minha humilde opinião. Peço para limpar a peça e moer duas vezes. Modelo o hamburguer na mão, a espessura vai do gosto de cada um. Eu faço com mais ou menos 1 cm de altura porque aqui em casa nem todo mundo gosta ao ponto, preferem bem passado.

Passo óleo nos dois lados e grelho na frigideira seca e bem quente. Deixo uns 2 ou 3 minutos de cada lado aproximadamente.  Não vai sal, nem tempero nenhum na massa da carne. Tempero quando já está para tirar da grelha, aí não se perdem os sucos que dão umidade à carne. Só sal e pimenta (ou quando estou com espírito gourmet, flor de sal e mix de pimentas).

O sabor do sanduíche em si, segue a imaginação na montagem, desde um simples cheese burguer até uso de uma maionese caseira ou maionese de leite bem temperada, alface, rúcula, tomates, cebola, picles, queijos, cogumelos salteados, condimentos, chimichurri, etc. Os recheios não tem limites.

Gosto da maionese de leite porque sobre a receita básica, posso brincar com sabores, desde temperar com salsa e cebolinha, fazer um  molho tártaro ou uma maionese de alho. Uso a receita que peguei no Rainhas do Lar que sempre deu certo:

Maionese de Leite
200 ml de leite de caixinha (de preferência integral)
2 colheres(sopa) de suco de limão ou vinagre de sua preferência
sal à gosto
pimenta do reino à gosto
1 colher de(chá) de mostarda
óleo de milho ou girassol 

Coloque os 5 primeiros ingredientes no liquidificador e bata, juntando o óleo em fio aos poucos até conseguir a consistência de maionese. Deixe descansar na geladeira para ficar mais durinha e se quiser temperar como sugeri acima, acrescente o ingrediente no início.



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Arroz de cebolas para peixes à moda egípcia

Eu achava esse arroz tão comum que nunca postei. Mas quando fizemos um almoço outro dia e a comida encomendada veio com pouco risoto, fiz rapidamente uma porção para não faltar comida.
Não é que o meu arroz de cebolas fez mais sucesso que o risoto do buffet badalado? Na verdade é outra receita da família do marido, para acompanhar peixes e frutos do mar.

Ingredientes:
4 xícaras de chá de arroz agulhinha lavado e escorrido
5 colheres de sopa de óleo ou azeite de oliva
8 xícaras de água fervente
1 cebola grande picada
1/2 xícara de chá de amêndoas em lâminas torradas
sal o quanto baste

Frite as cebolas na gordura até ficarem bem caramelizadas, mas sem queimar. Junte o arroz e frite bem, como o preparo do arroz-nosso-de-cada-dia. Junte a água, acerte o sal e deixe cozinhar normalmente.
Na hora de servir misture as amêndoas. Pronto, só isso mas fica muito saboroso.